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quinta-feira, 19 de abril de 2018

Japão, 30 mil suicídios por ano: riqueza, tecnologia, mas… vazio na alma.

Bispo do país atribui as causas à falta de sentido existencial, conectada à profunda carência de espiritualidade e religiosidade.



Uma análise do período compreendido entre 1998 e 2010 apontou que mais de 30 mil pessoas se suicidaram no Japão em cada ano desse intervalo, taxa que, aproximadamente, continua se aplicando até o presente. Cerca de 20% dos suicídios se devem a motivos econômicos e 60% a motivos relacionados com a saúde física e a depressão, conforme recente pesquisa do governo.
O assunto é abordado pelo bispo japonês dom Isao Kikuchi em artigo divulgado pela agência AsiaNews. Ele observa que o drama se tornou mais visível a partir de 1998, “quando diversos bancos japoneses se declararam falidos, a economia do país entrou em recessão e o tradicional ‘sistema de emprego definitivo’ começou a colapsar”.
Durante os 12 anos seguintes, uma média superior a 30 mil pessoas por ano tirou a própria vida num país rico e avançado. O número, alarmante, é cinco vezes maior que o de mortes provocadas anualmente por acidentes nas rodovias.

Riqueza, tecnologia e… vazio na alma

Rodeados por riquezas materiais de todo tipo, os japoneses têm tido graves dificuldades em encontrar esperança no próprio futuro: perderam esperança para continuar vivendo, avalia o bispo.

Paradoxo: após histórica tragédia nacional, suicídios diminuíram

Um sinal de mudança, embora pequeno, foi registrado por ocasião do trágico terremoto seguido de tsunami que causou enorme destruição em áreas do Japão no mês de março de 2011: a partir daquele desastre, que despertou grande solidariedade e união no país, o número de suicídios, de modo aparentemente paradoxal, começou a diminuir. Em 2010 tinham sido 31.690. Em 2011, foram 30.651. Em 2012, 27.858. Em 2013, 27.283. A razão da diminuição não é clara, mas estima-se que uma das causas esteja ligada à reflexão sobre o sentido da vida que se percebeu entre os japoneses depois daquela colossal calamidade.

Motivos para o suicídio

Dom Isao recorda a recente pesquisa do governo que atrela 20% dos suicídios a motivos econômicos, enquanto atribui 60% a fatores de saúde física e depressão. Para o bispo, os estopins do suicídio são complexos demais para se apontar uma causa geral. No entanto, ele considera razoável e verificável afirmar que uma das razões do fenômeno é a falta de sentido espiritual na vida cotidiana dos japoneses.

O prelado observa que a abundância de riquezas materiais e o acesso aos frutos de um desenvolvimento tecnológico extraordinário são insuficientes para levar ao enriquecimento da alma. A sociedade japonesa focou no desenvolvimento material e relegou a espiritualidade e a religiosidade a um plano periférico da vida cotidiana, levando as pessoas a se isolarem e se sentirem vazias, sem significado existencial. E é sabido que o isolamento e o vazio de alma estão entre as principais causas do desespero que, no extremo, leva a dar fim à própria vida.

A ação da Igreja católica

A Igreja católica vem encarando esta questão há muito tempo no Japão.
Em 2001, o episcopado nacional dedicou uma campanha específica a esse tema, por meio da mensagem “Reverência pela vida”. Uma nova versão da mesma mensagem está sendo divulgada desde janeiro de 2017, com a abordagem direta do problema do suicídio e um apelo à população para prestar especial atenção ao isolamento das pessoas.
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Com informações da edição em espanhol da agência Gaudium Press


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quinta-feira, 5 de abril de 2018

China proíbe venda de Bíblias por não seguir os “valores do socialismo”.

Governo diz que pretende criar comissão para "retraduzir e reinterpretar" a Bíblia.

O governo chinês proibiu a venda de Bíblias em livrarias on-line em todo o país para cumprir com novas normas que exigem um controle de literatura que não esteja de acordo com os “valores centrais do socialismo”.

A rede inglesa BBC produziu uma reportagem mostrando que cópias eletrônicas das Escrituras simplesmente desapareceram das lojas após a divulgação do documento “Políticas e Práticas para Proteger a Liberdade de Crença Religiosa na China”. Apesar do nome pomposo, trata-se de uma nova tentativa do governo comunista em censurar o direito dos cristãos de praticarem sua fé.

As “políticas e práticas” estabelecem que as comunidades religiosas chinesas “devem seguir a direção do partido [comunista] sobre religião, praticar os valores centrais do socialismo, desenvolver e expandir a tradição chinesa e explorar ativamente o pensamento religioso que está de acordo com a situação da China”.

O documento também afirma que nos próximos cinco anos haverá um esforço para reconstruir o cristianismo chinês e a teologia chinesa para “conscientemente desenvolver talentos de especialistas que possam estabelecer uma base sólida para retraduzir e reinterpretar a Bíblia e escrever livros de referência”.

A decisão, na prática, volta a limitar a leitura das Escrituras somente dentro das igrejas. A decisão deixou a comunidade cristã chinesa “confusa e indignada”, segundo os comentaristas da BBC.

Warren Wang, um líder cristão chinês que fugiu do país por causa da perseguição em 2012, disse que eles já esperavam que essa medida seria adotada. “Não estou tão surpreso que eles estão tirando a Bíblia das prateleiras agora”, afirmou. “Isso é muito parecido com algo que a China fazia no passado. O Partido Comunista ensina o ateísmo e desde que Xi Jinping conseguiu consolidar seu poder, isso era esperado”, reiterou, referindo-se ao presidente chinês.

Na década passada o governo chinês havia relaxado em seu controle de grupos religiosos. A popularização da internet ajudou as pessoas a terem fácil acesso aos aplicativos bíblicos. A partir de agora, segundo a nova resolução, “Bíblias só podem ser vendidas nas igrejas que o governo permitir”.

Embora a China alegue que exista liberdade religiosa, nos últimos anos há uma crescente repressão contra igrejas, onde as cruzes foram retiradas do alto dos templos e muitos pastores, presos.

A venda do Alcorão ainda está permitida, mas os muçulmanos chineses também são alvos de tentativas de repressão, mesmo que em menor escala. Livros sobre budismo e taoísmo, religiões populares no país, não estão proibidos. Com informações Christian Post.

Reportagem da BBC (em inglês):





Fonte: https://noticias.gospelprime.com.br/china-proibe-biblias-nao-valores-do-socialismo/?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=GospelPrime


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