O género é algo que não se aplica a Deus. A Igreja da Suécia quer falar da "suprema divindade" de forma neutra.
"Deus está para além dos nossos géneros. Deus não é humano" é assim que a
Igreja da Suécia justifica a decisão de deixar de usar as palavras
"senhor" ou "ele" quando se fala de deus.
A decisão foi anunciada quinta-feira.
A Igreja da Suécia
decidiu que os membros do clero devem usar palavras neutrais no que diz
respeito ao género quando se estão a referir à entidade suprema. Assim,
palavras como "senhor", "ele", ou mesmo "ela" saem do léxico devendo ser
substituídas por outras mais genéricas, como por exemplo "deus", em
sueco, qualquer coisa como gud.
A mudança foi decidida
após uma reunião que se prolongou por uma semana, com a presença de
todos os 251 membros do governo da igreja sueca.
A instituição está ligada luteranismo evangélico e até 1999 foi a
igreja de Estado. Segundo a organização, numa população de dez milhões,
cerca de 6 milhões foram batizados sob com esta religião.
Quem lidera a Igreja da Suécia é Antje Jackelén, arcebispa e mulher.
A instituição está a atualizar o seu código de conduta, cuja última revisão tinha sido feita há cerca de 30 anos.
Nesse
encontro, de 1986, o tema da neutralidade do género de deus também foi
abordado. Quem o garante é a arcebispa Jackelén que falou com a agência
de notícias sueca TT e explicou que a decisão foi tomada porque porque
"teologicamente, sabemos que deus está para além dos nossos géneros:
deus não é humano".
À decisão de diluir o género da divindade juntam-se outras sobre como
as missas devem ser conduzidas não só em termos de linguagem, mas
também nos rituais, hinos e noutros aspectos.
A medida entra em vigor no dia vinte de maio do próximo ano.
Uma
mudança que não deixou de ser criticada. O jornal dinamarquês
Kristeligt Dagblad ouviu um professor de Teologia na Suécia que
considera que a tomada de posição "tira força à doutrina da Santíssima
Trindade e mina a noção de comunhão com as outras igrejas cristãs".