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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Igreja da Suécia vai deixar de dizer "ele" ou "senhor" quando fala de Deus

O género é algo que não se aplica a Deus. A Igreja da Suécia quer falar da "suprema divindade" de forma neutra.































"Deus está para além dos nossos géneros. Deus não é humano" é assim que a Igreja da Suécia justifica a decisão de deixar de usar as palavras "senhor" ou "ele" quando se fala de deus.



A decisão foi anunciada quinta-feira.

A Igreja da Suécia decidiu que os membros do clero devem usar palavras neutrais no que diz respeito ao género quando se estão a referir à entidade suprema. Assim, palavras como "senhor", "ele", ou mesmo "ela" saem do léxico devendo ser substituídas por outras mais genéricas, como por exemplo "deus", em sueco, qualquer coisa como gud.

A mudança foi decidida após uma reunião que se prolongou por uma semana, com a presença de todos os 251 membros do governo da igreja sueca.

A instituição está ligada luteranismo evangélico e até 1999 foi a igreja de Estado. Segundo a organização, numa população de dez milhões, cerca de 6 milhões foram batizados sob com esta religião.

Quem lidera a Igreja da Suécia é Antje Jackelén, arcebispa e mulher.

A instituição está a atualizar o seu código de conduta, cuja última revisão tinha sido feita há cerca de 30 anos.

Nesse encontro, de 1986, o tema da neutralidade do género de deus também foi abordado. Quem o garante é a arcebispa Jackelén que falou com a agência de notícias sueca TT e explicou que a decisão foi tomada porque porque "teologicamente, sabemos que deus está para além dos nossos géneros: deus não é humano".

À decisão de diluir o género da divindade juntam-se outras sobre como as missas devem ser conduzidas não só em termos de linguagem, mas também nos rituais, hinos e noutros aspectos.

A medida entra em vigor no dia vinte de maio do próximo ano.

Uma mudança que não deixou de ser criticada. O jornal dinamarquês Kristeligt Dagblad ouviu um professor de Teologia na Suécia que considera que a tomada de posição "tira força à doutrina da Santíssima Trindade e mina a noção de comunhão com as outras igrejas cristãs".


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