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sábado, 9 de julho de 2016

Estou condenado ao inferno por ser rico e possuir muitos bens?



Estou ganhando mais dinheiro do que nunca, mas tenho medo de perder a salvação. Como evitar que isso aconteça?

Nas igrejas evangélicas é normal ouvirmos as pessoas repetindo que “é mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus”. Repetir essa máxima como um amuleto sem refletir no que Jesus realmente queria dizer com essas palavras é ignorar o sucesso de pessoas como Abraão, Isaque, Jacó, Davi, Salomão e tantos outros personagens bíblicos.

Não devemos nos deixar levar por conclusões simplistas de que todos os ricos estão condenados à perdição. Tão pouco o oposto, de que todos os pobres tem garantida a salvação. Nem devemos acreditar que riqueza e pobreza são sinônimos, respectivamente, de humildade e arrogância.

Jesus disse que devemos ficar de sobreaviso contra todo o tipo de ganância (Lucas 12.15). Além disso, lemos em Eclesiastes 5.10 que “quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos”. Isso não significa que ter riquezas e ganhar dinheiro honestamente é pecado.

Uma citação de Lucas 16.10 é boa para este tema: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito”. Sucesso, riqueza e bens financeiros devem potencializar o que você já é. Se você é honesto, fiel a Deus e segue bons princípios, isso não deve mudar à medida que estiver crescendo financeiramente, ao menos que você já tenha tendência para o mal.

Outro erro comum repetido como amuleto, é o de que “o dinheiro é a raiz de todos os males”. A Bíblia não diz nada disso. O que a Bíblia diz é que “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6.10). Ter avareza e valorizar as riquezas excessivamente pode ser muito perigoso.
John Wesley, teólogo britânico, dizia que devemos ganhar o máximo que pudermos, economizar o máximo que pudermos e doar o máximo que pudermos. Esse deve ser o sentimento da pessoa cristã que ao se sobressair alcançou muitas riquezas.

Não leve a sério sua riqueza e seus bens. “Não aconteça que, depois de […] aumentarem […] a sua prata e o seu ouro […] o seu coração fique orgulhoso” (Deuteronômio 8.13,14).
Existe um trecho na Bíblia que orienta sobre como o cristão com muitas posses deve proceder: “Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos para repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida” (1 Timóteo 6:17-19).

Ou seja, a Bíblia está dizendo que você não deve ser arrogante. Não deve pensar que teve algo a ver com os bens acumulados. E orienta que você faça bom uso das suas riquezas, saiba administrar sua fortuna de forma que seus bens não ocupem os lugares mais importantes da sua vida.
Seu tesouro não deve ser o dinheiro acumulado. O carro do ano na garagem. A casa da praia. A mansão construída em um condomínio residencial. O apartamento luxuoso em um bairro nobre da cidade. Pois, onde estiver o seu tesouro, ali estará também o seu coração (Mateus 6.21).

Faça um exercício: o que você tem que poderá durar eternamente? Seu carro? Esqueça! Ele não vai durar mais do que 10 anos. Isso se você não sofrer nenhum acidente neste período. Sua casa? Provavelmente seus filhos terão que reformá-la. Mas e quanto a sua família? Quanto à igreja? Quanto aos seus amigos? Quanto a sua alma? Talvez seja melhor você investir nestes bens preciosos.
“Pois que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?” (Mateus 16.26).

Estou condenado por ser rico? Bem, quando Jesus disse que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus (Mateus 19:24), ele estava desconstruindo uma tradição cultural judaica.
Os judeus daquela época acreditavam que somente as pessoas bem sucedidas eram abençoadas por Deus e por isso somente quem tivesse muitas riquezas – sinal das bênçãos do Senhor – teriam salvação.

Quando Jesus afirmou que é mais fácil um camelo passar por um buraco de uma agulha do que os ricos entrarem no Reino dos Céus os próprios discípulos ficaram assustados, pois também acreditavam que as riquezas eram sinal de salvação das bênçãos de Deus sobre a sua vida daquela pessoa, pois assim aconteceu com Abraão (Gênesis 13.2).

“Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?”, eles questionaram. A resposta de Jesus Cristo é a seguinte: “E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mateus 19:26).


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